domingo

receita para o conflito Israelo-Palestiniano


Numa época de globalização, onde a mobilidade de pessoas, bens e informação tende a generalizar-se, o conflito Israelo-Palestiniano parece cada vez mais anacrónico senão ridículo: dois povos à batatada por causa de um pedaço de terra é coisa do século passado. Qualquer israelita ou palestiniano no seu perfeito juízo, não faz melhor que pegar na trouxa e família e emigrar para um país onde não esteja sujeito ao quotidiano marcial. Os fundamentalistas que fiquem lá até se matarem todos.
Hoje em dia os únicos territórios por que vale a pena lutar são os que ainda têm petróleo: não são difíceis de conquistar porque os seus soberanos investem mais em campos de golfe e carros forrados a ouro mas é moralmente indispensável uma boa desculpa – como por exemplo “salvar o seu povo da tirania de um regime oligárquico”.
O-resto-do-mundo devia fazer algo para terminar com este conflito absurdo – até porque existe património da humanidade e interesse turístico subaproveitado na região. O-resto-do-mundo devia dar duas hipóteses aos israelitas e palestinianos: ou partilhavam o mesmo território ou não ficava para nenhum deles. Ou vivam felizes no mesmo estado, indo à escola juntos, casando uns com os outros e jogando futebol entre solteiros e casados ( e não entre israelitas e palestinianos), ou saltavam todos dali para fora e dava-se o território aos Curdos ou a outro povo maltratado qualquer.
A fantochada de acordos de paz e renegociação de fronteiras a que assistimos não vai a lado nenhum. È evidente que os fundos fundamentalistas que estão na base do interesse comum só se darão por satisfeitos num cenário idílico de supremacia absoluta. Ambos se acham herdeiros por direito divino de todo o território. Não é uma situação em que a cedência de 2 ou 3km2 faça a diferença: “Ah, o.k. agora que temos mais 3km2 do que há dois meses atrás já não chateamos mais!”.
Já olharam bem para a fronteira Israelo-Palestiniana? Parece um recorte de Matisse – é artístico sim senhor, mas não cabe na cabeça de ninguém.
Devia-se dar uma última oportunidade para mostrar a sua tolerância de inspiração religiosa – se essa tolerância não existe então também não deve existir o privilégio de viver no território onde a tolerância foi inventada.